Antheia
- Tatiana Moreira

- 4 de dez. de 2024
- 2 min de leitura
O doce e calmante barulho vindo da floresta
Aquela criada pelas deusas e, agora, protegida por fadas
As tão belas flores que lá florescem
De tantas cores que fazem na terra um arco-íris
O verde, o branco, o lilás, o amarelo
Os lagos que permanecem na sua pura serenidade
Lá animais vão para um momento de paz
E o sol reflete uma sossegada luz
E se não perturbarmos esse equilíbrio
Somos capazes de sentir a presente misticidade
Não apenas no seu merecido descanso
Mas também com atenção de tudo continuar na sua harmonia
Os pássaros a aprender a voar
Os esquilos a acordar da sua longa hibernação
Os ramos das árvores a sombrear o caminho
As borboletas a tornar o ambiente ainda mais encantador
Cada elemento não está lá por mero acaso
O mais pequeno detalhe tem o seu propósito
E a divindade que lá o colocou sabe disso
O único ser que, com o passar do tempo, esqueceu do seu lugar
É o próprio ser humano
Ser tão ingénuo, mas tão egoísta e ambicioso
Tão bom seria ter-se contentado com esta simplicidade
Esta que tinha dentro de si a bondade e o amor
A humildade, a amizade e a confiança
O tão necessário, mas tão esquecido, sentimento de comunidade
Atingir-se-ia o máximo potencial da humanidade
E o mundo tornar-se-ia o próprio paraíso
Reinaria o riso
A felicidade seria o estado natural do espírito
E a empatia nunca deixaria a alma humana
Mas quis-se mais, e mais, e mais
E a melodia da vida desafinou
O som chegou à floresta e perturbou-a
Mas engana-se aquele que pensa esta perturbação como permanente
A Natureza tem quem a proteja
E, mesmo após o desastre, renasce e perdura
Porém, a humanidade não
Ela autodestrói-se, temo, irremediavelmente






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