O Diário do Centésimo Dia
- Manuel Rufo Valente

- 4 de dez. de 2024
- 1 min de leitura
Achara-me especial por amar devotamente.
Viver em função de um amor arrebatador
Que só parece guiar-me em contramão.
Sem ti, sobressai o meu azul,
Vivo na tristeza de um vazio
Onde só tu me conseguirias salvar.
Tenho vontade de fugir de mim.
A natureza estará sempre à minha espera,
Dessa maneira,
Viveria em função dos Jasmins
Ou talvez da Primavera.
No diário do centésimo dia sem ti
Escrevi que deixei de conhecer o teu cheiro.
Este poema é um retrato íntimo de como o amor, às vezes, se torna num guia que nos leva por caminhos incertos, onde a própria existência parece estar na contramão.
Há dias em que o vazio fica azul, uma tristeza calma mas avassaladora. Sinto-me como alguém à deriva, a procurar salvação de algo que talvez nem exista fora de mim. Fugir é um desejo constante — fugir de mim, perder-me na natureza, deixar-me envolver pelo cheiro dos jasmins ou pela beleza da primavera.
No diário do centésimo dia, escrevi para não me esquecer. Escrevi para me lembrar de mim… e de ti.






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