Um Desajeito Qualquer
- Mariana Ribeiro

- 18 de nov. de 2024
- 1 min de leitura
A imperfeição desconcertante de saberes que não pertences a um sítio. Ou que não devias pertencer. Linha ténue esta: a força da sociedade diriam uns, a (in)suportável perceção da realidade, diriam outros.
Nesta instância, detenho-me pela preguicite de pensamento. A preguicite que, neste caso, não deriva de preguiça mas da impossibilidade de atingir o discernir necessário para um pensamento claro e soberano. Para atingir um pensamento meu.
O ar de norte.
Aquele ar.
Um grão de areia que teima em não descansar.
A simplicidade de um “vamos”?
A simplicidade de um tudo que se sente como um nada.
O sentir que o caminho está iluminado. Que é o caminho a fazer.
A capacidade de simplificar o que todos percecionam como complicado.
O saber aproveitar o processo. A necessidade de não saber parar.
A simplicidade de um pragmatismo romântico. De um disfarce eloquente.
A simplicidade de saberes onde vais, mas não saberes como.
A simplicidade de ser difícil.
Ser difícil, ser-se simples.
A simplicidade de se querer estar no alto. Alto. Esse lugar que não é tangível à maioria, mas tão desejado por uns poucos.
Onde o pragmatismo pode, finalmente, descansar.
Onde, por fim, se pode ser mais um.






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