Vivo como se a Saudade tivesse pressa
- Sul

- 19 de out.
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Vivo como se a Saudade tivesse pressa
de punir-me
por já não saber o caminho para casa.
Onde caras, cujos nomes não chamo,
me encaram com ternura
e dizem cuidar de mim.
Faz crer na infinitude das palavras de amor,
sussurradas quando tudo era mais doce
pelas mesmas caras que agora assombram-se.
Mas a Saudade não quer ser promessa.
Não quer te fazer voltar ao passado
nem a fugir dele.
No mínimo serve para testemunhar
como a Dor convida o Tempo para dançar
e juntos balançam ao ritmo a que se cresce.
E por isso, tumultas-te interiormente
sem acreditar - ou por acreditar demais
que o fim não chega.






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