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Conto à Lua Todos os Meus Segredos

  • Foto do escritor: Tatiana Moreira
    Tatiana Moreira
  • 18 de nov. de 2024
  • 2 min de leitura

Se há algo que sempre me fascina sobre a nossa existência, é o facto de todos aqueles que alguma vez habitaram a Terra terem vivido debaixo da mesma Lua.

A Lua que orbita o nosso planeta, e que observamos com tanto encanto, é a mesma que um dia foi apreciada por Shakespeare, por Van Gogh, por Mozart, é a mesma que tanto os inspirou, tanto os ouviu, tanto os abrigou.

A Lua que hoje vemos é a mesma que inspirou as mais belas obras da literatura, as mais belas poesias, as mais belas pinturas, as mais belas sinfonias. Tudo aquilo que lemos, que vemos, que ouvimos foi realizado sob a mesma Lua.

A Lua que, na nossa vivência no mundo, nos acompanha terá sido a mesma que acompanhou as mais primitivas espécies que existiram muitos milénios antes de nós, e que  as iluminou todas as noites em que a mais escura das escuridões trazia consigo o medo do imperceptível.

Essa mesma Lua serviu de guia às mais antigas civilizações, simultaneamente nutrindo as suas crenças e admirações por ela. Desde cedo os Mesopotâmicos, os Egípcios, os Gregos estabeleceram uma profunda ligação com a Lua olhando-a como símbolo do nascimento, da vida, da sabedoria.

Será correto afirmar que, em algum momento, estaremos distantes uns dos outros se nos encontramos constantemente debaixo da mesma Lua? Se quando olhamos para o céu está lá o mesmo satélite podendo ser visto de cada um dos quatro cantos do mundo?

E se cada átomo que existe dentro de nós foi criado dentro de uma estrela, se temos todos dentro de nós um certo pó de estrela, não teremos nós uma estreita ligação, não só a cada ser humano existente, mas também à própria Lua?

Se há algo que todos aqueles que um dia tiveram a oportunidade de ser têm em comum é terem, em algum momento, recorrido à Lua para expressar as suas aflições.

Não serei exceção. A vida é algo demasiado complexo para a vivermos apenas por nós próprios, talvez seja algo inerente ao ser humano a necessidade de invocar algo maior que ele próprio, algo que está tão longe, mas ao mesmo tempo tão perto. Todos os meus sentimentos, dores, segredos transmito-os à Lua, mesmo que ela não me responda, sinto na alma uma leveza como se estivesse a libertar algo há muito preso dentro de mim.

Faz desvanecer qualquer sentimento de solidão saber que as minhas palavras são apenas mais algumas na infinita biblioteca da Lua, eterna confidente da humanidade.


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